Quando nós tocamos o corpo do bebê

Associação Pikler Lóczy da França por uma reflexão Judit Falk
QUALIDADE E EFEITOS DOS <<BONS CUIDADOS>>

Excerto do texto de Judit Falk
Tradução: Patricia Gimael

O bebê irá se conhecer e conhecer o adulto durante esses cuidados, no momento de suas necessidades corporais. No início, o bebê sente estas necessidades apenas como uma forma desagradável de tensões indefinidas e de sofrimento. Ele ainda não “sabe” que tem fome, que tem sede, que tem calor ou frio, ou que alguma coisa lhe faz mal. Em seguida da satisfação de suas necessidades, ou mais exatamente em seguida à maneira com que o adulto põe fim às suas tensões, o bebê aprende a sinalizar, e depois a reconhecer estas necessidades, e, finalmente, a exprimir ele mesmo, de maneira cada vez mais cheia de nuances, suas necessidades, suas próprias exigências, por relacioná-las com sua satisfação, e depois da satisfação, com o sentimento de contentamento.

Para fazer uma descrição simples desse processo de aprendizagem, pode-se dizer que a criança aprende a exprimir suas necessidades por que ela teve experiências repetidas em que o adulto a livrou de suas sensações desagradáveis, pois reconheceu os sinais emitidos pela criança e respondeu adequadamente.

Essas experiências levam a criança a associar a cessação de suas tensões, da fome, da sede, do frio, etc., aos sinais emitidos por ela mesma e ao adulto que responde às suas necessidades. Seu sentimento de segurança física está ligado ao adulto e, também como consequência, seu sentimento de segurança afetiva.

É pela expressão de suas necessidades, e pela resposta que recebe, que o bebê aprende a perceber qual é a necessidade, quer dizer, que ele tem fome, que tem sede, etc., e que ele aprende também que é ele mesmo, sua própria pessoa, quem tem fome, quem tem sede. Ao mesmo tempo, ele compreende que, embora seja o adulto quem põe fim às suas tensões, ele pode contribuir se der os sinais adequados.

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